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Estação ferroviária completa 100 anos com vigor da juventude

Único patrimônio histórico tombado de Joaquim Távora, prédio de madeira ressurgiu das cinzas e hoje abriga uma série de projetos culturais

Celso Felizardo por Celso Felizardo
14 de abril de 2024
em Turismo
Grupo de teatro na Estação Ferroviária de Joaquim Távora

Grupo de teatro em frente à Estação Ferroviária (Foto: Departamento de Cultura/Divulgação)

Em fevereiro de 2013, quando uma grande coluna de fumaça preta se ergueu sobre a cidade, os moradores de Joaquim Távora, no Norte Pioneiro do Paraná, custaram a acreditar no que viam. Único patrimônio histórico tombado da cidade, o charmoso prédio da antiga estação ferroviária ardia em chamas. O último exemplar construído em peroba, dos muitos que havia na região, se desfazia sob os olhares atônitos. Uma década depois, porém, a cidade comemora o centenário da estação reerguida das cinzas.

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A reconstrução ocorreu por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a concessionária da linha férrea, a América Latina Logística (ALL) e o Ministério Público Federal (MPF). Além da reconstrução em Joaquim Távora, o acordo resultou no restauro de outras cinco antigas estações da região: duas em Jacarezinho, e as outras em Santo Antônio da Platina, Andirá e Bandeirantes. Como contrapartida, os municípios deveriam assumir a conservação dos prédios, dando-lhes finalidade social que preservassem a história e a cultura de cada município.

Vista aérea do prédio da antiga Estação Ferroviária com o parque linear de Joaquim Távora
Vista aérea do prédio da antiga Estação Ferroviária com o parque linear de Joaquim Távora (Foto: Divulgação)

Em Joaquim Távora, a iniciativa de restauração e preservação do patrimônio histórico não apenas reavivou a memória da cidade, mas também injetou uma dose de vitalidade e vigor na comunidade local. O prédio abriga hoje a sede do Departamento Municipal de Cultura, que utiliza o espaço para oferecer uma série de atividades, como um museu, o cineclube, que ocorre uma vez por semana; oficina de teatro, com uma turma para estudantes e outra para a comunidade em geral, além de exposições de obras de artistas do Norte Pioneiro e de outras regiões.

Patrimônio da cidade

Flavio Cuervo, que está à frente da Divisão Municipal de Cultura desde 2017, avalia que a cidade é privilegiada por conservar um prédio da importância da antiga estação ferroviária. “É muito mais que um prédio. É um ícone da história da cidade e de toda a região que fica de herança para as futuras gerações”. Para ele, manter o espaço “vivo” é fundamental para a preservação do patrimônio. E isso inclui tornar a cultura atrativa para todos. “Nas sessões do cineclube, nós fazemos a decoração de acordo com o filme. Distribuímos doces, pipocas. Assim, as pessoas se sentem bem aqui dentro, cria um vínculo, uma sensação de pertencimento”, conta.

A programação do centenário da estação ferroviária, segundo Flávio, foi organizada às pressas. Sem uma base de arquivo confiável à disposição, os gestores municipais acreditavam que a inauguração do prédio, ainda com o antigo nome “Affonso Camargo” tivesse ocorrido em 1926. O equívoco, no entanto, foi alertado pelo historiador e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Roberto Bondarik, nascido na cidade vizinha de Quatiguá e especialista na história do Norte Pioneiro.

Teatro dentro da Estação Ferroviária lembra os pioneiros da cidade
Flavio Cuervo e crianças encenaram peça relembrando os pioneiros da cidade (Foto: Divulgação)

A principal solenidade ocorreu no feriado Sete de Setembro de 2023, data exata do centenário. A cidade aproveitou as comemorações do Feriado da Independência para celebrar o marco histórico municipal. Um placa em alusão ao centenário foi inaugurada com a presença de autoridades e apresentações musicais e teatrais deram o tom artístico do evento. A programação se estende até o fim do ano.

Estação Ferroviária

A Estação Ferroviária Affonso Camargo foi inaugurada como um marco essencial para o desenvolvimento local. Construída inteiramente em madeira, seguindo o novo padrão de estação de 3ª classe, a estação foi inicialmente um ponto crucial na exportação de café, algodão e madeira da região.

A linha faz parte do Ramal Paranapanema, atualmente desativado que ligava Ourinhos (SP) a Jaguariaíva, nos Campos Gerais do Paraná. A rota foi de extrema importância nos primeiros anos de colonização da região, mas começou a perder importância ao longo das décadas. A partir de 1979, com a abertura da linha Apucarana-Uvaranas e devido à obsolescência e complexidade da linha original, entrou em total decadência.

O transporte de passageiros cessou em 1979, e, em 2001, o tráfego de cargas foi suspenso pela concessionária ALL, levando ao desuso e abandono da linha. Com isso, os prédios das antigas estações se tornaram alvo de vandalismo. Muitos não resistiram e desapareceram diante do abandono e descaso do poder público.

Reconstrução

O incêndio, cuja causa ainda é incerta, ocorreu quando o prédio já constava na lista de restauro do TAC entre a concessionário e o MPF. Com o estrago, apenas o alicerce de alvenaria resistiu. Então, um estudo precisou ser feito para que a reconstrução resguardasse o máximo de características da edificação original.

Placa alusiva ao centenário do prédio da Estação Ferroviária
Placa alusiva ao centenário do prédio da Estação Ferroviária (Foto: Divulgação)

Após a pesquisa e elaboração do projeto, o prédio foi reerguido, em 2016. A construção tem 270 metros quadrados e foi feita com madeira de cedro, uma vez que peroba encontra-se em grande escassez no mercado.

Se você se interessa em conhecer mais sobre as origens do Norte do Paraná, é aficionado por trens, ou quiser conferir as atrações artísticas de Joaquim Távora, não deixe de colocar a Estação Ferroviária no seu roteiro.

🏠 A antiga Estação Ferroviária fica no Parque Linear, próximo da Rua Gerônimo Vaz Veira, bem no centro da cidade.

Tags: FerroviaJoaquim Távora
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Celso Felizardo

Celso Felizardo

Jornalista responsável pelo site Última Estação e editor na Folha de Londrina. Tem mais de 10 anos de experiência em redação com foco no noticiário regional do Norte do Paraná. Acredita no poder do jornalismo de qualidade como uma ferramenta para integrar a região e fomentar suas potencialidades.

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