• Contato
  • Home
  • Política de privacidade
  • Quem Somos
sábado, 14 de junho de 2025
  • Login
Última Estação
Sem resultado
Ver todos os resultados
Sem resultado
Ver todos os resultados
Última Estação
Home Turismo

Do escafandro ao submersível: tragédias do Tibagi e do Titanic

Exploração tecnológica pelos destroços do Titanic repete fatalidades de um século atrás. Museu de Tibagi conserva história dos mergulhadores do garimpo

Celso Felizardo por Celso Felizardo
12 de outubro de 2023
em Turismo
Escafandro usado por mergulhadores no garimpo, em exposição no Museu Histórico de Tibagi

Foto: Prefeitura de Tibagi/Divulgação

A tragédia do submersível Titan, que implodiu a 2.500 metros de profundidade nas águas do Atlântico Norte, causando a morte de cinco pessoas, foi um dos assuntos mais comentados de 2023. O objetivo do grupo de milionários ao entrar na geringonça guiada por um joystick de videogame era ver de perto os destroços do RMS Titanic, o gigante dos mares que afundou em 1912. Naquele mesmo ano, enquanto 1.514 pessoas perderam a vida no célebre naufrágio, começava a última grande leva de garimpo no Rio Tibagi, que terminou com muitos mortos afogados, sem holofotes, em outra geringonça: o escafandro.

Você também pode gostar

Romeiros resgatam tropeirismo em viagem de 650 km a cavalo

As muitas vidas da ponte pênsil de Ribeirão Claro

Locomotiva ‘brazense’ encanta visitantes em museu de Curitiba

A armadura de metal com uma cúpula de vidro que lembra um elmo de um guerreiro medieval era a mais avançada tecnologia disponível para a exploração subaquática no início do século 20. Além do capacete de bronze que pesava 15 quilos – o mergulhador usava uma camisa de lona e dois pesos de chumbo de 30 quilos cada, para mantê-lo no fundo do rio. Enquanto isso, um parceiro bombeava o oxigênio que abastecia o mergulhador por uma mangueira de borracha de 20 metros de comprimento. Para retornar à superfície, o mergulhador precisava subir por uma escada.

Obsessão

A obsessão une as duas histórias. Enquanto os exploradores morreram na tentativa de se aproximar das ruínas do Titanic, os garimpeiros do Rio Tibagi arriscavam a vida para encontrar os famosos diamantes. O historiador Luiz Leopoldo Mercer [1912-1986], que dá nome à Biblioteca Municipal de Tibagi, registrou em seu livro “Última Aventura no Garimpo” (Estante Paranista, 1981) que uma grande estiagem em 1912 fez o nível do rio recuar a ponto de fazer ressurgir antigos garimpos abandonados de meados no século XVIII. A grande seca foi o estopim para atrair uma grande leva de garimpeiros de todo o País, em especial de nordestinos oriundos de regiões mineiras.

O livro “Tibagi nas Águas da História”, escrito pelo jornalista Widson Schwartz e publicado em 2014 pela editora ABC Projetos, aborda a fascinante história dos “diamantes de encher chapéus.” Um dos capítulos deste livro é dedicado ao apogeu da atividade de garimpo no rio Tibagi, que ocorreu entre 1930 e 1936. Durante esse período, Tibagi se transformou na capital brasileira do diamante, atraindo cerca de 3.000 garimpeiros baianos equipados com 265 escafandros. Essa informação é baseada no relato de Polybio Cotrim, que chegou a Tibagi em 1933, após ter passado por garimpos em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.

O museu

Hoje em dia, poucos aventureiros surgem de tempos em tempos em busca das lendárias pedras de diamante, mas a frenética corrida pelo diamante é coisa do passado. Uma parte desse intrigante legado é preservada no Museu Histórico de Tibagi. Inaugurado em 3 de abril de 1987, o Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior é o único no sul do país que narra a história da mineração e do garimpo. A instituição atrai, em média, 420 visitantes todos os meses.

Museu Histórico de Tibagi
O Museu Histórico de Tibagi recebe, em média, 420 vistitantes por mês. Foto: Prefeitura de Tibagi/Divulgação

Nery Assunção, historiador e diretor do museu, conta que tudo começou em 18 de março de 1985, quando uma campanha mobilizou a comunidade para a importância de preservar o patrimônio histórico e cultural da cidade, com o apoio da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A primeira iniciativa concreta para a formação do acervo foi uma gincana cultural que estimulava a doação de peças antigas. À medida que o tempo passava, os primeiros objetos se acumulavam, e fotografias e utensílios indígenas encontrados na região foram adicionados ao acervo inicial.

Em 2018, o Museu passou por um processo de revitalização, no qual foram realizadas adaptações que incluíram tornar o local mais acessível a pessoas com deficiência. O Museu Histórico é composto por várias salas temáticas, cada uma apresentando uma perspectiva única da história local. Entre elas, destacam-se a sala de entrada, em homenagem ao patrono do Museu Desembargador Edmundo Mercer Júnior, as salas sacra; da imagem e do som; do garimpo; das profissões do passado; do tropeiro; do índigena; de projeção audiovisual e uma sala destinada a exposições temporárias. Além disso, o museu conta com uma sala de pesquisa e uma reserva técnica.
Nos últimos trimestres, o museu tem recebido uma média de 420 visitantes, com horário de funcionamento de terça a domingo, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h, oferecendo ao público a oportunidade de explorar a rica história local e suas exposições cativantes.

Museu Histórico de Tibagi

Praça Edmundo Mercer, 52 – Centro
Contato: (42) 3916-2189
Entrada gratuita
Aberto de terça a domingo, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h

Tags: MuseuTibagiTragédias
Compartilhar31Enviar
Celso Felizardo

Celso Felizardo

Jornalista responsável pelo site Última Estação e editor na Folha de Londrina. Tem mais de 10 anos de experiência em redação com foco no noticiário regional do Norte do Paraná. Acredita no poder do jornalismo de qualidade como uma ferramenta para integrar a região e fomentar suas potencialidades.

Recomendado para você

Romeiros resgatam tropeirismo em viagem de 650 km a cavalo

por Celso Felizardo
15 de janeiro de 2024
0
Romeiros resgatam tropeirismo em viagem de 650 km a cavalo

Uma viagem de 651 quilômetros percorrendo o Norte Pioneiro e os Campos Gerais do Paraná pode ser feita, com algum esforço, em até um dia de carro pelas...

Leia maisDetails

As muitas vidas da ponte pênsil de Ribeirão Claro

por Celso Felizardo
5 de novembro de 2023
0
Ponte Pênsil Alves Lima, Ribeirão Claro

Uma joia do patrimônio histórico do Norte do Paraná que se recusa a se perder no tempo. Assim pode ser definida a cronologia centenária da ponte pênsil Alves...

Leia maisDetails

Locomotiva ‘brazense’ encanta visitantes em museu de Curitiba

por Celso Felizardo
5 de novembro de 2023
1
Maria fumaça restaurada no Museu Ferroviário de Curitiba

O Museu Ferroviário de Curitiba reserva uma atração única para os visitantes que desejam mergulhar na história das ferrovias do Paraná. Em lugar de destaque na parte interna...

Leia maisDetails

Estação ferroviária completa 100 anos com vigor da juventude

por Celso Felizardo
14 de abril de 2024
2
Grupo de teatro na Estação Ferroviária de Joaquim Távora

Em fevereiro de 2013, quando uma grande coluna de fumaça preta se ergueu sobre a cidade, os moradores de Joaquim Távora, no Norte Pioneiro do Paraná, custaram a...

Leia maisDetails

Londrina Matsuri 2023 une tradição e vanguarda oriental

por Celso Felizardo
27 de setembro de 2023
1
Taiko no Londrina Matsuri 2023

O Norte do Paraná é fortemente marcado pelos traços da personalidade da cultura japonesa. Dos 160 mil imigrantes daquele país que chegaram ao Brasil no início do século...

Leia maisDetails

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Navegue por categoria

  • Gastronomia
  • Histórias
  • Inovação
  • Turismo

CATEGORIAS

  • Gastronomia
  • Histórias
  • Inovação
  • Turismo

TAGS

Aventura Booker Pittman Café especial Canoas Captação de recursos Carlópolis Catedral de Londrina cavalgada Cornélio Procópio disputa territorial Divisa Paraná Santa Catarina dom Geraldo Magella Ferrovia Financiamento para turismo Fruticultura Hinos de municípios Igreja Católica Jacarezinho Jazz Joaquim Távora Londrina Mapas do Paraná Museu Música Norte Pioneiro Paraná Pastoral da Criança plágio Ponte Pênsil Alves Lima revisão cartográfica Ribeirão Claro Rio Tibagi Romaria Tropeira Rota do Rosário Rumo Santo Antônio da Platina Saúde Mental Sebastião Lima território Tibagi Tragédias Trem turismo religioso UEL Wenceslau Braz

© 2023 Última Estação - O seu portal de turismo e cultura do Norte do Paraná

Bem-vindo novamente!

Acesse sua conta abaixo

Esqueceu a senha?

Recupere sua senha

Por favor, insira seu nome de usuário ou email para redefinir a senha

Entrar
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Contato
  • Home
  • Política de privacidade
  • Quem Somos

© 2023 Última Estação - O seu portal de turismo e cultura do Norte do Paraná